Desabafo interno

Desabafo interno

 

Tudo caminha. Para um fim, para um novo começo, para as notícias. Consigo desenvolver projetos, criar, socializar, e me relacionar com grandes amigos e numerosos amantes. Tudo está tão bem, mas a dor está aí.

 

Quisera eu que fosse real, nos ossos, ou na cabeça, porque só com um remédio bastaria. No entanto, ela está dentro de mim, no coração, num músculo que deveria só bombear, mas que me mata aos poucos.

 

Acho que é o excesso de memórias. Ou o desejo reprimido por não ter falado o que devia. Se estou quebrado, é porque você se foi. Se não me jogo no incerto, é porque saí machucado daquilo que fazíamos melhor.

 

Eu me conheço. Enquanto não me ocupar com outra coisa, não sairei dessa. Nem que seja um câncer para curar, ou um canal dentário para fazer ou uma plástica nas orelhas. Às vezes acho que reclamo à toa.

 

Qualquer doença é melhor que sofrer por você.

 

 

José Eduardo Brum

 

 

Publicado originalmente em http://hipocondria.blog.terra.com.br, 22 de setembro de 2008.

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