Tortura

Tortura

Sangue. Dor. Agonia. Aflição. Tais palavras resumem o momento que passei. Foram minutos de desespero. Apesar da desconfiança, me apresentei por vontade própria. Sabia que encarar meus medos era necessário, mesmo que as lembranças e a fobia não dissessem a mesma coisa.

Em um primeiro momento fui corajoso e, sem hesitar, me impus, explicando que gostaria de resolver aquela incômoda situação. No princípio aquele homem estava sendo simpático, porém, passei a odiá-lo após a primeira ação que me causou dor.

A partir dali, a tortura foi aumentando. Consideravelmente. Uma cascata de sangue me cobria. Imóvel, me mantive sem reação. Meu medo se justificou ainda mais após o homem começar a tortura, utilizando materiais criadores de uma das piores dores no mundo. Por que fazer isso com um ser humano?

Mesmo após alguns minutos de muito sangue e nenhuma conversa, devido à mordaça involuntária, não me acostumava. Minha vontade de chorar não diminuía. Só que não iria me humilhar a esse ponto. Fui forte. Não fiz pedidos de paralisação. Até porque, não adiantariam. Ele parecia sedento por sangue.

Quando os momentos de tortura diminuíram, tive consciência da atitude que deveria tomar para que aquilo não se repetisse. Não poderia mais sofrer daquela forma. A dor, mesmo quando sentida daquela maneira, é algo terrível. Minha ficha caiu, e tive certeza de uma só coisa. Precisava melhorar minha escovação dentária.

Daniel Furlan

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