Depois do carnaval

Depois do carnaval

No meio de março, tinha estabelecido as listas de seus programas para “quando o carnaval acabar”. E quanto esse acabou, nem deu tempo de toda a ressaca sair do corpo e leu bem grande a nova ordem mundial: quarentena. 

Desmarcou os encontros a que nem queria ir.

Desmarcou os que queria.

Desmarcou as consultas médicas. 

Como sendo hipocondríaca fez da casa o local mais seguro e também o melhor ambiente de trabalho. 

Ao ligar a TV, não só o vírus matava. O coração de um músico e o de um escritor também decidiram parar de bater. 

Nem remédios, nem cafés, nem cachaças. Naqueles dias só atendia músicas e poesias. Precisava criar imunidade: esperança.

Mariana Virgílio

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