Maldito ano que não acabava!
Chegaria 1h da madrugada, mas não chegava a meia-noite.
Um ano que foi uma pausa forçada – para muitos.
Um ano que foi infinito – para tantos.
Um ano que foi o fim – para milhões.
Desgraça.
Isolamento.
Mortes.
Desemprego.
Política necrófila.
Pandemia.
Mortes.
Cansada de olhar o relógio, deitou.
E adormeceu – cheia de esperança.
Sonhou. Com paz. Vacina. Cura.
Com abraços. Reencontros. Novos encontros.
E, quando acordou, pegou logo o celular para conferir a data:
32 de dezembro de 2020.
Gilze Bara
