A última aglomeração

A última aglomeração

Na impossibilidade de receber os amigos com os quais costumeiramente compartilhava festas, resolveu se reencontrar com aqueles que haviam ficado perdidos no tempo. Estava ali o garotinho sardento de nome Emanuel, ainda com a mesma cara de criança travessa, sempre responsável pelas artes que a mãe descobria. E estava a bonita menina Luísa, em cujo rostinho de porcelana havia feito um arranhão permanente, pelo qual molhara os babados do vestido dela suplicando desculpas. E estava também o Sr. Medo, que o pai insistira para que fizesse seu ouvinte, porque, contanto que não a paralisasse, poderia lhe soprar bons conselhos.

Foi ele quem lhe sorriu quando engoliu o último pedaço de ar e se despediu dos companheiros imaginários da infância. 

Táscia Souza

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