Cresceu ouvindo a mãe dizer “não vá nadar na represa, menino!” e nunca foi, até que saiu escondido numa manhã de domingo. Entrou com cuidado, percebeu a tranquilidade e até mergulhou. Água calma, paradinha, gostosa, limpa que servia toda a cidade. E antes de entrar nos canos! Que pureza. Boiou cuspindo água pra cima, como um geiser. Nadou e bebeu e nadou mais um pouco e foi correndo pra casa, onde já chegou seco, ninguém percebeu onde tinha ido. Depois precisou de muitos dias bebendo água corrente até conseguir fazer xixi novamente.
Gustavo Burla
