Na manicure:
— Olha… tem um fungo na sua unha…
— Ah, sim. Mas não precisa tirar não, é pra consumo próprio.
Táscia Souza

Percebendo um policial ao lado do carro, o motorista apertou o passo.
– Senhor policial, por que está a multar meu veículo?
– Ele está parado em local proibido.
– Há uma marcação de vaga no chão.
– Bem aqui ao lado, no poste, há a placa de estacionamento proibido.
– O carro está no chão, não no poste.
– Não seja por isso.
Ao perceber a mão do policial abrindo o coldre, o motorista entrou no carro e deu partida, sem tempo de ver a chave de fenda que foi sacada para desparafusar a placa e deixá-la no chão.
Gustavo Burla
O médico era clínico geral, mas tinha pavor de tocar pessoas. Então, nas consultas, orientava que o próprio paciente se examinasse.
Aqui, pegue o esteto, coloque no ouvido, agora encoste no coração. O que está ouvindo?
A maioria respondia: está batendo. E empavaca por aí.
Mas parece haver alguma anormalidade?
Anormal era a situação, mas o paciente, ainda mais se fosse pobre, calava. E obedecia. Analisava a própria garganta no espelho, pedia para o acompanhante olhar os ouvidos pelo otoscópio e, se não houvesse acompanhante, não auscultava os pulmões.
Por via das dúvidas, para combater pneumonias não diagnosticadas, mesmo que inexistentes, o médico empurrava pelo tampo da mesa, para nem correr o risco de esbarrar nos dedos do paciente, a receita para uma dose de antibiótico de 8 em 8 horas.
Táscia Souza