Maria Megafone

Maria Megafone

Maria Megafone se candidatou. Contava em alto e bom som sua história de vida nos comícios. Mesmo naquele em que a luz foi cortada (cidade pequena tem dessas rixas na campanha) sua voz ecoou: Maria Megafone, você sabe o número porque lembra o nome.

Eleita, não conseguiu cumprir o prometido: levar a voz do povo para a câmara dos vereadores. O salão era pequeno, proporcional à cidade, e a voz ensurdecia os colegas nos momentos de exaltação (que, sabem os frequentadores desse tipo de lugar, não são poucos). As audiências passaram a ser feitas na praça.

O povo começou a se interessar por política, porque esperando o ônibus ou a carona, o cidadão ouvia as falas de Maria Megafone e entendia finalmente os bastidores da governança. Foi o mandato mais participativo de que já se ouvira falar e os feitos da vereadora se espalharam pelo vento.

Maria Megafone já prepara sua campanha para deputada, quer agora abalar as estruturas na capital. Nas propostas de governo incluiu a construção de coretos nas praças de todo o estado.

Gustavo Burla

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