The best beer

The best beer

Estava ali por conta de um concurso literário. Ganhou o prêmio com uma história curta sobre um personagem cervejeiro, cheio de referências que ele havia pesquisado na internet. Antes, só sabia que cerveja era pra ser bebida gelada, muito gelada, e por isso todas pareciam a mesma.

Naquele salão ao som de rock tocado pelo trio acústico, centenas de pessoas desfilavam estilos diferentes dizendo os mesmos dulçor, amargor, malte, resinas, lúpulo, equilíbrio, malte de novo, saber em boca, retrogosto, consistência (não é tudo líquido!?), e até salgado.

Esperava encontrar vikings com seus canecos naquele mais importante encontro de apreciadores de cerveja do mundo, mas recebia doses homeopáticas de bebidas que ele nem imaginava que poderiam ser chamadas de cerveja.

E mais golinhos e gostos e sabores e retrogostos e palavras bonitas de gente perfumada e mais golinhos com rock balada de fundo e perfume de cervejas doces e salgadas e de torneira em torneira os colarinhos se misturaram e ele inadvertidamente deixou escapar um arroto. Com A maiúsculo, grave e contínuo.

Silêncio. Constrangimento. Centenas de olhos sobre ele.

“Aêêêêê!!!” ergueram-se os copos. Os vikings afloravam.

Gustavo Burla

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