Quando uma pessoa bem próxima, quase um pai, descobriu-se doente, ele sofreu por antecipação, tendo em vista a quase inevitável morte, e rezou para estar errado. Carregou o peso da doença por meses no convívio e blasfemou quando saiu do cemitério.
Em seguida o contrário, a morte súbita de alguém bem próximo, quase um pai, e ele perguntava aos céus a razão ao longo de semanas enquanto carregava o peso do vazio e da incompreensão.
No final daquele ano de merda, cansado de tudo, saiu de uma festa e não viu o poste, que desabou sobre o capô do carro. No banco do carona estava deus, sorrindo benevolência e dizendo:
– O poste não caiu sobre você porque você mostrou ter fé nos momentos difíceis.
Ainda com uma mão no volante, o motorista sacou um Nietzsche calibre 44, deu um tiro no meio dos cornos do carona e ligou para a seguradora.
Gustavo Burla
Pois então? Não se contentou apenas em absorver a ideia do alemão, executou-a! Que privilégio! Só falta agora tornar-se um super homem de verdade e não apenas um homem superior…rsrs…
Tem pouco tempo que frequento aqui e não li muitos textos seus antigos, mas percebi nos últimos dois ou três uma mudança bem radical no estilo, que me agradou demais: tá bem mais áspero e sujo. Tô curtindo bem mais…rs…
Abraços…