Chegou à farmácia e pediu um remédio para a memória. O farmacêutico olhou-a desconfiado, um ar de cadê a receita médica estampado no rosto. Ela entendeu e tirou o papel azul dobrado da bolsa (o receituário para um problema de memória deveria ser azul, não é?), estendendo-o ao rapaz. Viu suas sobrancelhas espessas se franzirem entre os olhos ao contemplar a letra garranchosa. Mas o que…? A receita, ela interrompeu. Está aí, o porquê de eu precisar de um remédio para a memória. E estava mesmo, item por item:
Lista das melhores coisas que já me aconteceram:
1) …
2) …
3) …
Olhou-a com pena. Se foi demitido depois por vender medicamento sem controle, não se importou. Alguém precisava lembrá-la de que existem boas coisas na vida.
Táscia Souza
Adorei!!!!! To seguindo e divulgando, difícil encontrar alguma coisa com essa qualidade nos textos, parabéns!
Ótimo, é tão melancólico, pelo menos tem um final feliz.