Por vezes achava que Esperança era só personagem de Quintana, a louca suicida anualmente reencarnada na meninazinha de olhos verdes. Noutras misturava natureza e música à poesia, e a meninazinha transforma-se num grilo-bailarina saltitante de óculos escuros. E, como todo bom grilo, em alguns dias, se ela pousava-lhe na mente, trazia boa sorte; noutros tantos, se a encontrasse morta – mesmo que fosse costumeiramente a última a morrer –, era presságio de mau-agouro. Mas esses eram dias raros: sempre havia a possibilidade de outros grilos, outras esperas, outras músicas, outras poesias.
Táscia Souza
“…teus lençóis têm cheiro de doença…”
ou
“…A leve esperança,
A aérea esperança…
Aérea, pois não!
– Peso mais pesado
Não existe não.”
Outras músicas, outros poemas…mas a vida desesperadamente, por favor.
Bração procê!
Saudade, André!