– Quer que eu te conte como eu morri? – me perguntou a caminho do céu. Pelo menos eu imaginava que fosse do céu, porque subia, subia. E havia nuvens. E os pés não tocavam o chão.
– Mal superei a minha, não tô com cabeça pra morte alheia.
– Mas a minha foi invejável!
– Já ouvi chamarem a morte de inevitável, de iniludível. De invejável, confesso, é a primeira vez. Invejável não devia ser a vida?
– Ixi, mas nem se compara. Minha vida foi comum, como a de todo mundo. Uma morte especial é que torna a gente especial.
– Especial? Desde quando a morte é especial?
– Desde que a gente morra de amor.
– Pois eu preferia descer e viver de amar.
Táscia Souza
E viver de amar e pra amar… a humanidade precisa de gente assim.