Olimpo em mim

Olimpo em mim

De repente, as lágrimas surgem. Brotam no coração, que bombeia mais forte e descompassado, e, no instante seguinte, já marejam os olhos. A pele, respondendo aos impulsos, se eriça, enquanto um nó toma conta da garganta. Dias e dias em que esse processo acontece sem aviso prévio. E os culpados são aqueles seres que querem morada no Olimpo. Seres que se expõem, que se superam, que testam os próprios limites, que vivem intensamente a dor e a glória. Seres que não conheço pessoalmente. Alguns poucos, de nome e de vista. A maioria, nem isso. Mas todos me emocionam. Por quê? Porque estão em busca de algo. Porque fracassam, mas lutam. Lutam, sobretudo, contra os próprios limites. Porque se superam. Porque sentem. Porque são outros – e os outros nos plasmam. Ou, pelo menos, me plasmam.

Gilze Bara

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