Na sala de reuniões, entrou sem bater e gerou silêncio nos presentes.
– Bom dia, Carlos. O que veio fazer aqui?
– Reunião. Fiquei em dúvida se era 7 ou 8, por isso cheguei às 7h30. É às 8?
– Foi. Semana passada.
– Então posso ir embora?
– Da empresa. Não recebeu minhas mensagens? Por que não atendeu o telefone?
– Ninguém atendeu?
– O celular é seu, esperava que você atendesse.
– Droga, então ninguém pegou…
– Como assim?
– Deixei na rua, como se tivesse caído. Uma pena, era seminovo…
– Carlos, você foi demitido, deveria tirar esse sorriso do rosto.
Sem deixar de olhar para cada um dos ex, sem tirar o sorriso do rosto, sem agenda e sem celular, tomou o rumo de casa feliz por ter mantido o pijama por baixo do terno.
Gustavo Burla
